As eleições municipais de 2024 estão se configurando como um importante teste para o que o especialista Fábio Zambeli chama de “nova direita” e “nova esquerda” no cenário político brasileiro.

Segundo Zambeli, a “nova esquerda” está mais integrada ao sistema político atual, operando dentro da estrutura montada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta nova configuração tem resultado em alianças inéditas, como a parceria entre o PT e o PSOL em São Paulo, visando atrair o eleitorado mais jovem.

Desafios para a direita

No campo da direita, o especialista aponta para uma “fissura” na engrenagem bolsonarista. O caso de Pablo Marçal em São Paulo é emblemático: um outsider político que conseguiu capturar o sentimento da base mais ideológica de Bolsonaro, causando um “curto-circuito” nos planos do ex-presidente para a capital paulista.

Zambeli destaca a dificuldade dos grandes “padrinhos políticos” em controlar a narrativa tanto à esquerda quanto à direita. Este fenômeno se manifesta na complexidade de transferência de votos, como observado no caso do candidato apoiado por Bolsonaro no Rio de Janeiro, que enfrenta obstáculos na campanha.

Cenário político em transformação

O analista ressalta que esta eleição serve como um “laboratório” para os novos atores políticos, muitos dos quais estão enfrentando seu primeiro teste nas urnas em disputas municipais.

Neste contexto, o cálculo do eleitor está fortemente voltado para questões locais, o que adiciona uma camada extra de complexidade para candidatos que dependem do apoio de lideranças nacionais.

Paralelamente, Zambeli observa o fortalecimento do Centrão, que se beneficia de recursos como emendas parlamentares e o fundo eleitoral. Esta dinâmica tende a atrair políticos mais competitivos para esses partidos, potencialmente resultando em bancadas maiores nas eleições de 2026.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Essa eleição é teste para “nova direita” e “nova esquerda”, diz especialista à CNN no site CNN Brasil.