Tratamento contra câncer traz riscos para gravidez? Entenda
A influenciadora Isabel Veloso, 18, revelou nesta terça-feira (8) detalhes da evolução do seu câncer. Em vídeo publicado no seu perfil do Instagram, ela contou que o tumor voltou a crescer e que decidiu voltar a realizar quimioterapia para tratá-lo. Grávida de 20 semanas, a jovem contou, ainda, que seu quadro de saúde não traz riscos para sua gestação.
Segundo a American Cancer Society, se o linfoma de Hodgkin precisar ser tratado durante uma gravidez, o tratamento é adiado até depois do primeiro trimestre, se possível. Isso porque os riscos para o bebê são menores após os primeiros três meses. Geralmente, o tratamento desse tipo de câncer é feito com quimioterapia.
Nos casos em que o câncer é diagnosticado durante a segunda metade da gravidez e não está causando complicações graves de saúde, a mulher pode esperar o nascimento do bebê para iniciar o tratamento. Em alguns cenários, o parto pode ser induzido algumas semanas antes e o tratamento é iniciado imediatamente.
Ainda segundo a sociedade americana, geralmente, a radioterapia não é administrada durante a gravidez, devido a preocupações sobre os possíveis efeitos a longo prazo no feto. Da mesma forma, alguns exames de imagem que usam radiação — como tomografias computadorizadas, PET scans e raio-X, devem ser evitados sempre que possível.
Além disso, de acordo com Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, não há evidências que relacionem malformações congênitas nos bebês a efeitos de tratamentos contra o câncer previamente realizados pelas mães.
“Atualmente, não é incomum tratarmos mulheres que ficaram gestantes durante o tratamento, ou descobriram o câncer estando grávidas. É claro que não podemos nos iludir, cada caso é único e para cada mulher há possibilidades diferentes, que devem ser avaliadas cuidadosamente, entendendo todos os aspectos que tangem a segurança para a mãe e o bebê”, afirma.
Tratamento contra o câncer é impeditivo para quem ainda deseja engravidar?
Segundo o especialista, existem alguns tratamentos oncológicos que, no caso de mulheres que ainda desejam ter filhos, podem afetar a fertilidade, provocando sintomas como menopausa precoce e dificultando as chances de gravidez.
“O diagnóstico de um tumor gera sempre aquele pessimismo inicial. Mas, atualmente, não é incomum tratarmos mulheres que ficaram gestantes durante o tratamento, ou descobriram o câncer estando grávidas. É claro que não podemos nos iludir, cada caso é único e para cada mulher há possibilidades diferentes, que devem ser avaliadas cuidadosamente, entendendo todos os aspectos que tangem a segurança para a mãe e o bebê. Mas o câncer não deve ser entendido como fator que impossibilita a maternidade”, afirma.
Gimenes explica que 10% das mulheres com menos de 30 anos vão ter infertilidade após o tratamento do tumor. Já acima dos 40 anos, o problema pode afetar cerca de um terço das pacientes. No entanto, existem formas de preservar a fertilidade.
Uma delas é a criopreservação de embriões, que consiste na conservação de células por meio de processo de resfriamento e manutenção a cerca de 190°C negativos. Essas condições inibem a atividade metabólica e as células ficam em estado de suspensão de suas reações químicas. “O princípio básico da criopreservação é o de manutenção da viabilidade e da função celular após o descongelamento. Neste método, há a criopreservação de embriões”, explica Gimenes.
O método citado, popularmente chamado de congelamento de embrião, tem se tornado um aliado para as mulheres diagnosticadas com câncer, mas que desejam ser mães após o tratamento.
Outro caso é a criopreservação de ovócitos, que darão origem ao óvulo feminino. A técnica, conforme explica a especialista, tem a vantagem de eliminar a necessidade de um parceiro ou sêmen de doador, o que promove a autonomia reprodutiva feminina.
Linfoma de Hodgkin: o que é, quais os sintomas e como tratar
Este conteúdo foi originalmente publicado em Tratamento contra câncer traz riscos para gravidez? Entenda no site CNN Brasil.
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