iPhone: russos acham na Ásia solução para “embargo” da Apple na busca por novos modelos do aparelho
Quando o novo iPhone 16 foi colocado à venda, os locais não puderam deixar de notar rostos menos familiares nas lojas da Apple em Hong Kong: russos carregando pilhas de dinheiro.
“Queremos comprar o máximo possível”, disse o comprador russo Nick Alexenkov à CNN do lado de fora da loja da Apple em Tsim Sha Tsui, um movimentado distrito comercial de Hong Kong.
A invasão da Ucrânia pela Rússia é o principal motivo pelo qual os iPhones se tornaram tão caros e difíceis de encontrar no país comandado por Vladimir Putin. Por isso, os russos costumam se apressar para adquirir os aparelhos no exterior.
A Apple “pausou” as vendas de produtos e serviços na Rússia desde março de 2022, após o presidente Putin enviar tropas e tanques para a Ucrânia, dando início ao maior conflito terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Países ocidentais também impuseram sanções à exportação de tecnologia para Moscou e várias marcas internacionais saíram da Rússia em resposta à invasão.
Como resultado, iPhones no país são difíceis de encontrar e frequentemente custam até 70% mais devido a obstáculos de importação, mesmo com Moscou implementando um esquema no final de 2022 para permitir importações paralelas ou “cinzas”, viabilizando a venda de iPhones sem a permissão do proprietário da marca.
O iPhone 16, que foi lançado em 20 de setembro em várias partes do mundo, está disponível em pelo menos duas grandes redes na Rússia: a operadora de rede móvel MTS e a M.Video-Eldorado, uma importante varejista de eletrônicos, que disse ter garantido estoques de “todo lugar”, segundo informou a agência Reuters.
Além dos grandes players, comerciantes individuais com espírito empreendedor também enxergam uma oportunidade de lucrar com essa tendência.
Alexenkov, o comprador de iPhones em Hong Kong, disse que esperava lucrar até 25% por cada telefone, apesar de oferecer pagar 12% acima do preço de varejo para adquirir esses aparelhos em Hong Kong. A cidade não cobra imposto sobre vendas, a tornando particularmente atraente para os comerciantes paralelos.
O homem de 30 anos escolheu o modelo Pro Max de 1 terabyte, desembolsando cerca de US$ 2.000 por cada telefone, US$ 250 a mais do que seu preço oficial na cidade.
“[Esse modelo] é muito popular na Rússia, exceto na cor deserto”, disse ele.
Alexenkov afirmou que provavelmente terá lucro mesmo se revendê-los a um preço inferior ao dos principais varejistas em seu país. A M.Video está vendendo o modelo de 1 terabyte por 249.999 rublos (US$ 2.710), quase 1,7 vezes maior que o preço de varejo nos EUA.
Mas ele poderia lucrar ainda mais. No Avito, site de classificados russo que também serve como plataforma de compra e venda, os anúncios de diversos modelos do iPhone 16 que vendedores conseguiram adquirir eram mais caros do que nas lojas de varejo. Um anúncio do modelo de 1 terabyte estava sendo oferecido por até 254.000 rublos (US$ 2.742).
Em Hong Kong, do lado de fora do elegante IFC Mall no distrito Central, onde a Apple inaugurou sua primeira loja de varejo na cidade em 2011, outros quatro homens russos foram vistos tentando comprar iPhones recém-adquiridos dos mais novos clientes da Apple.
Três dos compradores russos falavam pouco inglês, mas isso não foi uma barreira para os negócios. Um deles levou o filho, que falava inglês perfeito e atuou como tradutor.
Eles não revelaram seus nomes à CNN, mas disseram que vieram de Moscou.
Um homem de Hong Kong, que tentou vender dois modelos Pro Max de 1 terabyte, reclamou que, a US$ 2.027 cada, os compradores russos não estavam oferecendo o suficiente. Eles imediatamente propuseram uma oferta mais robusta de US$ 2.040. Um acordo foi fechado.
Quando questionado se os compradores russos temiam que o investimento pudesse falhar, o filho do comprador disse à CNN: “Há pessoas ricas [na Rússia] e elas querem as novas cores”.
Este conteúdo foi originalmente publicado em iPhone: russos acham na Ásia solução para “embargo” da Apple na busca por novos modelos do aparelho no site CNN Brasil.
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