Dólar avança à espera de pacote fiscal e pressão externa; bolsa cai
Os principais indicadores do mercado brasileiro operam no campo negativo nesta terça-feira (12), com mercados à espera do pacote de cortes de gastos do governo federal.
Na cena internacional, o foco segue nas expectativas de Donald Trump à frente do governo dos Estados Unidos pela segunda vez.
Por volta das 11h20, o Ibovespa operava com perda de 0,1%, na faixa dos 127,7 mil pontos, na direção oposta ao clima de alta visto em Wall Street.
A bolsa brasileira é prejudicada pela queda da Vale (VALE3), com perda próxima de 1,3%, mesmo com desempenho positivo dos futuros do minério de ferro na Ásia.
Na ponta oposta, Petrobras (PETR4) ganhava próximo de 0,4%, acompanhando alta do petróleo no mercado global.
Na mesma hora o dólar apresentava perda de 0,45%, negociado a R$ 5,78, seguindo a alta da divisa contra a cesta de moedas mais fortes do globo.
Pacote fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã desta terça-feira. O tema do encontro não foi divulgado pelo Palácio do Planalto nem pelo Ministério da Fazenda.
O encontro é realizado no cenário em que o governo federal realiza uma série de reuniões para debater o pacote de corte de gastos. Apesar do contexto, o ministro Haddad afirmou na segunda-feira (11) que as reuniões da manhã desta terça-feira não têm relação com o corte de gastos.
”Amanhã temos reuniões que não são sobre esse tema. […] O que vocês vão ver amanhã na agenda do presidente não tem nada a ver com o que se encerrou ontem na reunião com o presidente”, disse a jornalistas.
Na agenda oficial do presidente Lula, está prevista uma reunião às 9h com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e outra às 10h com os ministros da Previdência Social, Carlos Lupi, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Cenário global
A moeda norte-americana mantinha a força contra a maioria de pares fortes e emergentes, ampliando ainda mais os ganhos recentes, à medida que os mercados continuam assumindo posições compradas na divisa norte-americana após a grande vitória de Trump na disputa pela Casa Branca na semana passada.
O ex-presidente republicano superou as pesquisas de opinião, que mostravam uma batalha acirrada com a vice-presidente democrata, Kamala Harris, reconquistando a Casa Branca e também impulsionando outros candidatos de seu partido, que obteve o controle do Senado e da Câmara dos Deputados.
Analistas têm avaliado que as medidas prometidas por Trump para a economia, incluindo tarifas e cortes de impostos, têm caráter inflacionário, o que manteria os juros elevados nos EUA. A perspectiva de uma política monetária mais apertada tem aumentado os rendimentos dos Treasuries, o que favorece o dólar.
Com informações de Vitória Queiroz, da CNN em Brasília, e Reuters
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