Mercado vê déficit primário menor neste ano, mas maior em 2025, mostra Prisma
Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda melhoraram sua previsão para o resultado primário do governo neste ano, mas pioraram a projeção para 2025, observando também uma dívida pública bruta mais alta em ambos os períodos, mostrou nesta quinta-feira (14) o relatório Prisma Fiscal de novembro.
Para 2025, a expectativa para o resultado primário piorou e foi a um déficit de R$ 89,574 bilhões, ante R$ 88,380 bilhões no mês passado.
Em relação à dívida bruta do governo geral, os economistas agora esperam que ela chegue a 78,40% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2024, acima dos 78,27% projetados em outubro.
Em 2025, a previsão é de que a dívida chegue a 81,73% do PIB, ante projeção anterior de 81,20%.
Os dados vêm em meio a preocupações persistentes do mercado com a capacidade do governo de melhorar a trajetória das contas públicas, com dúvidas sobre a sustentação do arcabouço fiscal, enquanto o aumento na taxa de juros eleva o custo da dívida pública.
O governo havia prometido o anúncio de medidas de contenção de gastos para após o segundo turno das eleições municipais. A demora na divulgação do pacote tem gerado nervosismo nos investidores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou na quarta-feira que talvez não haja tempo hábil para que o anúncio ocorra ainda nesta semana, mas apontou que o impacto fiscal da proposta será “expressivo”.
A meta do governo é zerar o déficit primário ao fim deste ano, também com alvo de déficit zero nas contas de 2025.
Para a arrecadação, a expectativa mediana subiu para este ano e o próximo. A nova projeção indica a entrada de R$ 2,648 trilhões em 2024, contra R$ 2,645 trilhões estimados no mês anterior. Em 2025, a arrecadação federal é vista em R$ 2,800 trilhões, contra R$ 2,799 trilhões projetados em outubro.
Os economistas consultados no Prisma ainda subiram a projeção para as despesas totais do governo central neste ano — para R$ 2,212 trilhões, de R$ 2,210 trilhões anteriormente — e para 2025 — a R$ 2,380 trilhões, de R$ 2,369 trilhões em outubro.
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