Ansiedade te faz transpirar mais? Especialistas explicam se há relação
Embora esteja popularmente associado à prática de exercícios físicos ou longa exposição solar, em alguns casos, o suor também pode ser reflexo do estado mental. Então, é comum transpirar mais diante da ansiedade?
“Ele é produzido por dois tipos principais de glândulas: as écrinas, responsáveis pelo controle da temperatura e distribuídas por todo o corpo, e as apócrinas, localizadas em áreas específicas, como axilas, e relacionadas ao odor corporal”, conta.
Segundo Lucas, o sistema nervoso simpático controla a atividade das glândulas sudoríparas, estimulando a produção de suor em resposta a estímulos como aumento da temperatura, esforço físico ou fatores emocionais.
Assim, sua função no organismo é regular a temperatura corporal. “Quando a temperatura do corpo aumenta, as glândulas sudoríparas produzem suor, que, ao evaporar da superfície da pele, reduz o calor e ajuda a manter o equilíbrio térmico”, comenta.
“Além disso, o suor também contribui para a hidratação da pele e a eliminação de toxinas, desempenhando um papel importante na manutenção da saúde do organismo”, acrescenta.
Fatores emocionais aumentam a produção de suor?
A resposta é sim. Conforme explica o profissional, fatores emocionais como estresse e ansiedade, por exemplo, têm influência direta na produção de suor.
“Essas condições ativam o sistema nervoso simpático, que desencadeia a liberação de adrenalina. Esse hormônio estimula as glândulas sudoríparas, resultando em aumento da sudorese, principalmente em áreas como mãos, pés e axilas. Essa resposta é parte do mecanismo de “luta ou fuga”, uma adaptação evolutiva do organismo para situações de perigo ou tensão”, diz.
Com isso, é comum transpirar mais em momentos de maior ansiedade, afinal, quando o corpo está sob tensão, o sistema nervoso entra em estado de alerta, liberando substâncias químicas que aceleram os batimentos cardíacos e a atividade metabólica.
“Como consequência, ocorre um aumento da temperatura corporal, estimulando as glândulas sudoríparas a produzirem mais suor, mesmo em ausência de esforço físico. Esse é um mecanismo fisiológico que reflete o estado emocional do indivíduo”, garante.
Como perceber que o suor está excessivo?
Também em entrevista à CNN, o biomédico Thiago Martins, mestre em medicina estética, conta que o suor por ser considerado excessivo, ou caracterizado como hiperidrose, quando ocorre em volume desproporcional ao necessário para a regulação da temperatura corporal.
“Pessoas que transpiram intensamente mesmo em ambientes frescos, em repouso ou sem razão aparente podem estar apresentando essa condição. Geralmente, a hiperidrose é localizada, afetando regiões como axilas, palmas das mãos, plantas dos pés e rosto, mas também pode ser generalizada, dependendo da causa subjacente”, detalha.
Os tratamentos disponíveis no mercado
Hoje, a indústria médica disponibiliza uma série de opções de tratamento para aqueles que sofrem de suor excessivo. A escolha, no entanto, depende da gravidade do quadro e da região afetada.
Thiago explica que, o uso de antitranspirantes tópicos, à base de cloreto de alumínio, é indicado para casos leves, pois ajuda a reduzir temporariamente a produção de suor. Já em situações moderadas, medicamentos orais, como anticolinérgicos, podem ser prescritos, embora os efeitos colaterais precisem ser monitorados.
Em casos mais intensos, a toxina botulínica, ou seja, o botox, é uma solução eficiente, bloqueando temporariamente a ação das glândulas sudoríparas por quatro a seis meses.
“Outras abordagens incluem a iontoforese, um tratamento não invasivo que utiliza corrente elétrica para reduzir a atividade das glândulas, e tecnologias como laser ou radiofrequência, que eliminam de forma seletiva e definitiva as glândulas sudoríparas em áreas localizadas. Em casos graves, a simpatectomia, cirurgia minimamente invasiva, pode ser indicada para interromper os sinais nervosos responsáveis pela sudorese excessiva”, conclui.
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