Chefe da diplomacia da UE pede que Israel aceite cessar-fogo no Líbano “hoje”
O chefe de política externa da União Europeia pediu ao governo de Israel nesta terça-feira (26) que aprove um acordo de cessar-fogo no Líbano, que ele disse ter todas as garantias de segurança necessárias para Israel.
“Vamos torcer para que hoje [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu aprove o acordo de cessar-fogo proposto pelos EUA e pela França. Sem mais desculpas. Sem mais solicitações adicionais”, pontuou Borrell, criticando ministros israelenses linha-dura que se manifestaram contra a negociação.
De toda forma, Israel parece pronto para aprovar o plano dos EUA para um cessar-fogo com o Hezbollah nesta terça-feira, segundo uma autoridade israelense.
Borrell, que disse ter discutido as perspectivas de um acordo em uma viagem recente ao Líbano, destacou que um dos pontos de discordância era se a França deveria ser incluída em um comitê que monitora a implementação do cessar-fogo, que os EUA devem presidir.
Ele ressaltou que os libaneses pediram especificamente o envolvimento da França, mas os israelenses têm ressalvas.
“Este é um dos pontos que ainda estão faltando”, comentou.
Críticas sobre respostas ao TPI
Borrell também criticou o que classificou como “padrões duplos ocidentais” nos mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) para Netanyahu, o ex-chefe da Defesa de Isreal e um líder do Hamas, por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito da Faixa de Gaza.
“Você não pode aplaudir quando o tribunal vai contra [o presidente russo Vladimir] Putin e permanecer em silêncio quando o tribunal vai contra Netanyahu”, ponderou, pedindo aos Estados-membros da União Europeia que apoiem o TPI.
A Itália, que detém a Presidência do G7, afirmou na segunda-feira (25) que estava tentando negociar uma posição comum para o grupo sobre a decisão do TPI, mas o progresso é difícil, já que os EUA advertiram que não reconhecem a jurisdição do tribunal e se opõem ao mandado de prisão para Netanyahu.
O G7 compreende os EUA, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Canadá e Japão.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.No momento, as negociações por tréguas estão travadas tanto no Líbano, quanto na Faixa de Gaza.
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