Relatório da PF indica plano para “neutralizar” Moraes e prender ministros do STF
O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o “inquérito do golpe” indicou um plano para “neutralizar” o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e prender outros ministros da Corte.
“O documento faz um detalhamento pormenorizado de plano de operação cuja missão seria ‘reestabelecer a lei e a ordem por meio da retomada da legalidade e da segurança jurídica e da estabilidade institucional’ e que visaria impedir um cenário de ameaça, a qual, ‘em suposta defesa da democracia, (objetivaria) controlar os 3 Poderes do país e impor condições favoráveis para apropriação da máquina pública em favor de ideologias de esquerda ou projetos escusos de poder'”, destaca o relatório.
Lima é tenente-coronel do Exército e integrante dos “kids pretos”. Ele foi preso pela suspeita de estar envolvido no planejamento dos assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de Moraes, que deveriam ser executados em 15 de dezembro.
Em um outro campo do documento analisado pela PF, um dos pontos necessários para cumprir os objetivos listados seria a “prisão preventiva dos juízes supremos, considerados geradores de instabilidade”.
“Ou seja, o documento evidencia uma clara ação que só poderia ser executada em caso de uma ruptura institucional, no caso a prisão de ministros do STF”, pontua o relatório.
Outro ponto seria a criação de um gabinete de crise para restabelecer a “legalidade e estabilidade institucional”, que seria formado no dia 16 de dezembro, um dia após a concretização do golpe de Estado.
Ele seria comandado pelos generais Augusto Heleno e Braga Netto, contando com a participação do general Mario Fernandes e Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por fim, seria preciso “realizar a segurança e participar da coordenação e fiscalização de novo pleito eleitoral”.
Nesta terça-feira (26), Moraes enviou o inquérito para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e retirou sigilo do documento.
A CNN tenta contato com os citados no relatório.
PF: Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de atos visando golpe
A PF concluiu com as investigações que Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” dos atos realizados por uma organização criminosa que buscou dar um golpe de Estado no Brasil.
O relatório concluiu que Bolsonaro “tinha plena consciência e participação ativa” na prática de “atos clandestinos” visando o golpe.
A corporação pontuou ainda que a ação não foi concretizada “por circunstâncias alheias à sua vontade”.
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