Publicidade

Câncer de pulmão e poluição: estudo relaciona maior incidência à desigualdade

cnnbrasil.com.br
Câncer de pulmão e poluição: estudo relaciona maior incidência à desigualdade

Estamos acostumados a relacionar o câncer de pulmão ao tabagismo, porém existem casos não ligados ao hábito de fumar. Nessas situações, o principal fator que causa a doença é a poluição do ar e a inalação de substâncias tóxicas, resíduos de emissões industriais ou de veículos.


Publicidade

Fique por dentro!

Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento, siga o Leo VIP no Instagram.

Seguir no Instagram
Um estudo norte-americano publicado na revista científica “Environmental Science & Technology” analisou de forma detalhada os setores censitários dos EUA para encontrar padrões em quem está em maior risco de câncer resultante da exposição vitalícia à poluição do ar e como esse risco está mudando ao longo do tempo.




Estudos anteriores já haviam identificado disparidades em como os riscos à saúde pública variam de acordo com a renda e a raça. Mas os estudiosos do Desert Research Institute (DRI) e da University of Nevada, Reno (UNR) decidiram ver isso com dados de censo de 2011 e 2019, e percebeu uma chance estimada de câncer vinculada a tóxicos do ar em comunidades urbanas, principalmente as que apresentam rendas mais baixas e maiores proporções de minorias raciais.


“Eu queria analisar holisticamente os resultados de saúde precários da exposição à poluição do ar em todo o país e ao longo do tempo para ver se as coisas estão melhorando ou piorando, e quais são os principais impulsionadores socioeconômicos para onde a poluição está sendo distribuída”, diz Patrick Hurbain, pesquisador de pós-doutorado e epidemiologista ambiental do DRI que liderou o estudo, em comunicado à imprensa.


O estudo percebeu que as disparidades raciais atingiram o pico em 2011, com a magnitude dessa diferença melhorando nos anos seguintes. “Isso significa que as medidas de controle da poluição do ar estão indo melhor, e as pessoas estão, de fato, recebendo menos tóxicos do ar em todo o país, o que é animador”, diz Hurbain.


Resultados podem ser relevantes para o Brasil


Apesar de o estudo ser feito nos Estados Unidos, a CNN conversou com oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, para entender como podemos transpor essas descobertas para a realidade no Brasil. O especialista explica que as populações mais pobres vivem em regiões mais periféricas nos centros urbanos, geralmente em zonas industriais próximas de fábricas ou em regiões mineradoras, o que contribui para a exposição.


“Sim, isso pode ser aplicado para o Brasil, levando em conta esse raciocínio de que essa população normalmente faz parte da comunidade mais baixa renda e ficam mais expostos a essas fumaças cancerígenas que vem da atmosfera das grandes cidades, fábricas, indústrias mineradoras, minas de carvão”, explica o médico, que não está envolvido no estudo.


Mello destaca que essa informação é bastante importante quando falamos em prevenção. “O câncer do pulmão é um dos tipos de neoplasia que conseguimos sim adequar políticas públicas às demandas da população e erradicar nas próximas décadas”, considera o oncologista.


Como a poluição pode causar câncer de pulmão?


Cada vez o câncer de pulmão tem aparecido em pessoas que não fumam. “Atualmente, sabemos que o ar que respiramos, principalmente nas grandes cidades, apresenta diversos poluentes, que são substâncias que podem estar relacionadas ao aumento da susceptibilidade de desenvolver o câncer, especialmente o de pulmão. Substâncias nocivas da atmosfera oriundas das fábricas, carros, aviões podem danificar as células do nosso organismo e gerar um tumor maligno”, explica Mello.


Em um estudo nos Estados Unidos com 12.000 pacientes com câncer de pulmão, mostrou que a quantidade de pessoas que não fumavam aumentou de 8 para 15% ao longo de vinte anos. Já uma pesquisa britânica encontrou resultados semelhantes, com sua coorte de nunca fumantes saltando de 13% para 28% em seis anos. E de acordo com a Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão, esse fenômeno pode ser associado sim à poluição. “A poluição do ar é o novo tabaco. Mas, diferentemente do cigarro, que exige força de vontade para parar de fumar, não inalar ar poluído é uma tarefa difícil”, pondera o oncologista.


Ele explica que o câncer de pulmão em não fumantes costuma ser um pouco diferente: não costuma ter um ponto definido e é mais nebuloso. “É como se o câncer do fumante fosse uma bolinha preta no saco de bolinhas brancas, mas o câncer de não fumante é como colocar areia preta nesse saco. Isso impacta o tratamento”, diz o oncologista.


Mas, não importa a origem, é comum que o quadro não apresente sintomas iniciais. “Alguns pacientes podem sentir aperto no peito e tosse. E, nesse caso, dependendo do local que vivem, é indicado que seus familiares também façam um rastreio, pois podem ser assintomáticos”, diz o médico.


Veja hábitos que trazem risco de desenvolver câncer de pulmão



Este conteúdo foi originalmente publicado em Câncer de pulmão e poluição: estudo relaciona maior incidência à desigualdade no site CNN Brasil.

Publicidade

Anuncie Grátis no Classificados Portal Leo VIP!

Imóveis, Automóveis, Empregos, Diversos. Não perca tempo!

Anunciar Agora



COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.