Quais os riscos à saúde de comer carne contaminada?
Uma operação da Polícia Civil do Rio contra uma empresa que vendeu carne imprópria para o consumo prendeu quatro pessoas na quarta-feira (22). O alimento ficou submerso nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, em abril de 2024, e que deixaram mais de 200 mortos.
Em entrevista à CNN, o médico sanitarista e professor da FGV, Walter Cintra, o risco à saúde de consumir carne que ficou submersa na enchente e fora da refrigeração adequada é alto.
“Essa carne deveria ter sido descartada, na verdade, com o controle da vigilância sanitária. A destinação desse tipo de produto deve ser registrada para garantir que foi descartado corretamente e não utilizado para alimentação”, afirma Cintra.
“É grave porque a intoxicação alimentar, dependendo do grau de intoxicação e dependendo da pessoa, pode ser grave e até levar à morte”, acrescenta. O risco de reações graves ao consumo de carne estragada é maior em crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas. “Ao pegar uma infecção, uma carne contaminada, pode ter uma infecção grave com consequências desde diarreia e indisposição gástrica, até a morte”, afirma.
Consumo de carne contaminada pode levar à intoxicação e infecção alimentar
A intoxicação alimentar é uma condição causada pelo consumo de alimentos contaminados e gera sintomas como diarreia e vômito, além de desidratação. A contaminação pode ocorrer por diferentes motivos, como a falta de higiene dos alimentos ou o manuseio incorreto no momento do preparo desses ingredientes. Também pode ocorrer pela presença de toxinas naturais, produzidas por bactérias e fungos, ou produtos químicos.
Já a infecção alimentar ocorre quando há a ingestão de alimentos contaminados por microrganismos como as bactérias Vibrio parahaemolyticus, Campylobacter jejuni e Listeria monocytogenes, conforme definição da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde.
A infecção bacteriana acontece quando há o contato de microrganismos nocivos à saúde humana com a água ou com o alimento, seja de forma direta ou cruzada — quando a bactéria é carregada de um alimento para o outro, por insetos ou pelo contato entre diferentes ingredientes durante o preparo.
Segundo o Ministério da Saúde, os principais agentes responsáveis por intoxicação e infecção alimentar incluem a Escherichia coli (E. coli), a salmonella, Clostridium botulinum (causadora do botulismo), Staphylococcus aureus e o Bacillus cereus.
Os sintomas da intoxicação alimentar incluem:
- febre;
- diarreia;
- falta de apetite;
- náusea e vômito;
- dores abdominais.
O diagnóstico é feito por meio da análise dos sintomas, além de exames laboratoriais, como o de fezes. É possível realizar também exames de sangue e urina. A indicação pode variar conforme o quadro clínico e as hipóteses levantadas pelo médico após avaliação do paciente.
O tratamento inclui medicamentos para reduzir os sintomas, repouso e hidratação intensa — por soro, via oral ou venosa.
*Com informações de Rafaela Cascardo, da CNN
Mais de 3 mil toxinas da fabricação de alimentos contaminam o corpo
Este conteúdo foi originalmente publicado em Quais os riscos à saúde de comer carne contaminada? no site CNN Brasil.
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