Aos 18 anos, a estudante Hayra Ywyra conquistou uma vaga no curso de Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Indígena Guajajara, ela pretende utilizar sua formação para atuar na defesa dos direitos de sua comunidade, especialmente na demarcação de terras, educação e saúde nas aldeias.

A jovem foi incentivada pela família a usar o estudo como ferramenta de fortalecimento do povo indígena. Hayra estudou no Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Oka Ka Inaminanoko, a primeira Escola Indígena de Tempo Integral do Piauí, localizada no bairro Bela Vista, zona Sul da capital.

“Meus tios também estudaram em escola pública, passaram para cursos como advocacia, letras e artes plásticas. Sempre foi uma conquista muito grande porque meu avô sempre reforçou que ele não poderia deixar nada para nós além da educação. Ele sempre batia na tecla de que precisamos ter o diploma para conseguir reforçar as nossas culturas e estarmos em todos os lugares”, relata.

A preparação de estudante para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi auxiliada pela escola. “Eu fazia muitas questões, via muitas videoaulas para complementar o estudo e tirava dúvidas com os professores, que ajudavam muito e me apoiaram bastante no processo”, contou.

Apesar da aprovação, Hayra não desistiu do sonho de cursar Medicina. Ela planeja seguir com Direito à noite e continuar estudando para o vestibular durante o dia. “Quero mostrar que podemos ocupar todos os espaços, tanto na universidade quanto em outras áreas”, afirma.

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