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Apesar de avaliar pedido de novo espigão no Buraco do Lume, Prefeitura não considera o terreno edificável em seu sistema 3D

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Apesar de avaliar pedido de novo espigão no Buraco do Lume, Prefeitura não considera o terreno edificável em seu sistema 3D

Em Outubro de 2021, com grande estardalhaço, a Prefeitura celebrou a criação do Painel 3D Reviver Centro. Num evento conjunto com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) e Sinduscon-Rio, o Painel de Monitoramento 3D do Plano Urbano Reviver Centro foi lançado, hospedado no site Reviver.Rio. Na época, foi anunciado que "o painel de monitoramento permitirá a qualquer carioca acompanhar a evolução do projeto urbano, uma vez que será atualizado periodicamente com informações sobre os empreendimentos residenciais e mistos que forem licenciados dentro do escopo da nova legislação do Reviver Centro". Neste painel, seria possível - segundo a Prefeitura - ver todos os projetos de licenciamento em andamento, em tempo real. Todos, menos o novo Paredão do Lume.


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O painel segue em pleno funcionamento e é utilizado como ferramenta por todos os interessados nos projetos de reavivamento da região central: pode ser acessado aqui neste link. Quem visita o painel pode observar a legenda, para acompanhar, em tempo real, o andamento das licenças e dos projetos. Em roxo, pode-se ver os terrenos edificáveis vazios (aparecem como um volume 3D que representa o que neles pode ser edificado) onde é possível construído um edifício. Em amarelo, indica prédios de dono único, considerados ideais para serem retrofitados (pois é mais fácil lidar com um só dono do que com dezenas de condôminos). E o painel também indica as licenças concedidas, e as solicitadas.


É aí que começa a parte curiosa: o tal projeto que destrói a área ajardinada da Praça Mário Lago é omitido. O terreno do Buraco do Lume, no sistema interno da Prefeitura, que supostamente seria atualizado em tempo real, sequer consta como área edificável (reprodução abaixo). Da mesma forma, não aparece que nenhuma licença foi solicitada. Da mesma forma que foi declarado "área de gabarito ilimitado" na rebarba de um projeto de lei mais extenso, parece que foi esquecido pelas autoridades municipais no seu sistema de transparência, acessível por toda a população. Em janeiro de 2023 o próprio ex-Secretário Chicão Bulhões disse que "o processo foi enviado para o IRPH", e em 9 de janeiro a Secretaria de Urbanismo informou ao DIÁRIO que "foi solicitado pedido de licença para edificação de uso misto, composta por lojas e apartamentos"e que "o projeto está em análise". Mas no sistema de transparência do Reviver Centro, não consta nada.


Antes que se fale que o sistema estaria desatualizado - ainda que em 2023 Bulhões já mencionava o pedido de licença - nele constam recentes lançamentos como Gate, da Cyrela, na Avenida Beira-Mar, ou o antológico Edifício A Noite, na Praça Mauá, e mesmo o projeto para o prédio da Mesbla, recém vendido.


Elaborado por técnicos do Instituto Pereira Passos (IPP) com dados disponibilizados pelas Secretarias Municipais de Planejamento Urbano (SMPU), Fazenda e Planejamento (SMFP) e de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS), além do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), o Painel de Monitoramento 3D do Reviver Centro apresenta, em ambiente online, de fácil manuseio, a visão tridimensional da área central do Rio de Janeiro. Além das informações dos licenciamentos urbanísticos associados ao Reviver Centro, ele oferece a visualização do estoque de edificações existentes na região, com destaque para os imóveis com múltiplas inscrições imobiliárias mas que possuem dono único, e os terrenos e parâmetros para possíveis novas construções. Foi anunciado como uma maquete virtual, com objetivo de dar transparência e facilitar a compreensão da dinâmica imobiliária na reocupação residencial do Centro. Parece que os raios de luz da transparência se perderam no famoso Buraco, consagrado por seu uso público desde que o prefeito Israel Klabin gastou milhões do contribuinte para aterrá-lo, no final dos anos 70.


O inesquecível e bem humorado periódico "O Pasquim" imprimiu, na época:


"O que é, o que é? É buraco, mas não é tão badalada abertura. É lume, mas não é a luz no final do túnel. Resposta? É o buraco do Lume, em boa hora aterrado pelo prefeito Klabin, que deste modo deu sepultura digna a um dos maiores trambiques imobiliários desta cidade." Terá ressuscitado? Com a palavra, a Prefeitura.

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