Presidente do Banco Central indicado por Lula, assim como a maioria dos diretores também apontados por ele, votaram hoje por unanimidade pela elevação da taxa básica de juros no Brasil.

Era um movimento esperado, diante da taxa de inflação atual e do que o próprio Banco Central havia sinalizado no final do ano passado.

A alta dos juros, porém, é vista como sufocante, capaz de frear a economia, enquanto o cenário de inflação persistente, custo do crédito elevado e desaceleração econômica tende a pressionar a popularidade do governo — algo que nenhuma administração gerencia com facilidade.

A pergunta central agora é: o que o governo Lula três fará? Há questionamentos sobre se abandonará a política fiscal expansionista, considerada por muitos um combustível para a inflação.

O governo, no entanto, não concorda com essa visão. Também se especula se priorizará cortes de gastos em vez de aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas, historicamente deficitárias.

Mas o governo não demonstra interesse em reduzir despesas. Outro desafio é como garantir um crescimento econômico sustentável, menos dependente de investimentos públicos.

No momento, a estratégia parece incluir medidas como a ampliação do crédito consignado — comemorada hoje pelo governo — e uma “mudança de comunicação” frequente nos discursos oficiais.

Lula, por sua vez, aposta no tempo, esperando que a situação se normalize a ponto de favorecê-lo nas próximas eleições. Ele confia em fórmulas econômicas e políticas que funcionaram no passado, mas o cenário atual ainda não reflete essa expectativa.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: BC aumenta juros por conta da política fiscal de Lula no site CNN Brasil.