Era 2 de abril de 2002 quando o primeiro vencedor do Big Brother Brasil foi anunciado. Estreando o formato idealizado pela Endemol, a TV Globo tinha ali um de seus maiores triunfos no quesito reality show, que duraria até os dias atuais.

Em entrevista para a CNN, o campeão do primeiro BBB foi sincero ao expressar como se sente tendo inaugurado o reality, principalmente por ter sido algo inédito na TV brasileira.

“Eu ganhei o primeiro, em 2002. Participei de novo em 2013, peguei duas décadas diferentes do programa. […] Eu sinto que tenho um legado, uma bandeira que eu cravei ali. Eu falo que sou o maior, mas não é ser maior do que ninguém, é porque eu estava onde tudo começou!“, afirmou. 

Aos 46 anos, Bambam se divide entre o Brasil e sua vida nos Estados Unidos, onde vive ao lado da esposa Solange Dias. Ao sair da casa, investiu o prêmio em patrimônios, apostou na carreira de ator e alavancou sua popularidade nas redes sociais, além de seguir na carreira de boxeador. Recentemente, o ex-BBB desafiou o pugilista Acelino “Popó” Freitas para uma luta – que perdeu por nocaute após 36,14 segundos.

Quando perguntado sobre o uso das redes para os brothers, ele foi categórico: nenhum participante deveria utilizar suas redes sociais durante o programa. 

“Hoje em dia o participante não entra pensando no prêmio, ele entra pensando em ganhar seguidores e, de alguma forma, usar isso para fazer publicidade. O que era o objetivo do programa, agora fica em segundo plano”, afirmou. 

Ainda sobre o uso das redes sociais, Bambam relembrou um dos maiores medos de grande parte dos ex-participantes do programa: o esquecimento. Para ele, cada participante tem um “prazo de validade” que, é claro, varia de acordo com o impacto dentro do programa.

“Eu brinco que o Big Brother hoje em dia é ter “data de validade”, que é de no máximo seis meses. Porque no outro ano, já tem outro programa e você pode acabar sendo esquecido […] As pessoas precisam se consolidar, e não é só aqui fora, depende do impacto que você teve ali dentro. É só olhar a Sabrina Sato ou a Grazi Massafera”, contou.

Tanto Sabrina como Grazi foram destaques em suas respectivas edições, e se consolidaram no mundo do entretenimento, tanto como apresentadora como atriz, respectivamente. Ele cita também a dificuldade em se manter na mídia no início dos anos 2000, em uma realidade na qual as redes sociais como conhecemos ainda não existiam. 

Eterna companheira

Em um certo momento de sua edição, Bambam acabou se unindo a uma figura um tanto inusitada: a boneca Maria Eugênia. Em certo momento do confinamento, o ex-participante construiu uma boneca com utensílios da casa e que, de certa forma, dava forças para que ele continuasse no programa.

Se no programa Bambam brincava que levaria a boneca para todo lugar, a brincadeira se tornou verdade, e até hoje, ela o acompanha onde quer que ele esteja. “Ela é o meu amuleto. Ela fez parte da minha história, e eu brinco que ela é mais conhecida que 99% dos ex-participantes do BBB!”

Além disso, ao ser questionado sobre seus melhores e piores momentos na casa, a boneca continuou sendo a protagonista. Tanto a sua vitória ao lado de sua criação, como o momento que ela foi retirada da casa, foram os primeiros momentos que lhe vieram à cabeça. 

Hoje, Bambam afirma que não retornaria ao programa caso fosse convidado, mas faz questão de falar com carinho e gratidão pela oportunidade que conquistou. Aliás, ele ainda deixa um recado para os próximos participantes: tudo vai passar. “Eu vejo essa história há 23 anos. Tudo passa se você não aproveita a oportunidade, se você não faz seu nome dentro do entretenimento. Então não se sinta o maioral, porque tudo é questão de momento, e realmente tudo passa”.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Bambam sobre novos participantes do BBB: “Pensam em ganhar seguidores” no site CNN Brasil.