Conheça a estilista que está reinventando a renda com látex impresso em 3D
Quando a comediante e apresentadora britânica Amelia Dimoldenberg pisou no tapete vermelho para entrevistar Sydney Sweeney em 2022, bastou um segundo para que o vestido de Dimoldenberg invertesse seus papéis. “Isso é incrível”, disse Sweeney, estendendo a mão para tocar o vestido preto sem mangas da apresentadora.
“É uma sensação incrível”, disse ela à CNN sobre a vitória, de seu estúdio em Berlim, onde apresentou seu primeiro desfile no domingo (2).
A semana de moda da capital alemã — que aconteceu de 31 de janeiro a 3 de fevereiro — foi fundada em 2007, mas aumentou sua lista de convidados internacionais em mais de 40% nesta temporada. Junto com a bolsa de seis dígitos, o prêmio do Fashion Council Germany e Vogue Fashion Fund incluiu a oportunidade de realizar um desfile e receber mentoria de especialistas da indústria sobre distribuição, marca e desenvolvimento de coleção. “Tem sido uma jornada… O apoio tem sido incrível”, disse.
Durante seus estudos na Universidade de Artes de Berlim, Kucharska interessou-se pela moda opulenta dos séculos 18 e 19 — particularmente as rendas da época vistas em roupas íntimas, camisas, golas e punhos. Em seu painel de referências do estúdio, estão fixados retratos elisabetanos, pedaços de renda em preto, branco e rosa, além de fotografias de roupas históricas.
A renda data pelo menos do início do século 16, quando era feita à mão usando uma única agulha e linha para costurar um padrão delicado ou trançada usando múltiplos fios, por freiras. Mais tarde, as pesadas máquinas de aço da era vitoriana, monitoradas por operadores especializados que supervisionavam a torção, o tricô e o trançado do algodão em delicadas rendas, mecanizaram a indústria. Esse tipo de produção de renda praticamente desapareceu, com apenas algumas fábricas de renda ainda ativas. Hoje, o processo pode ser inteiramente computadorizado e automatizado.
Embora as criações finais de Kucharska sejam muito mais não convencionais que o filigrana tecido à mão da renda tradicional, os dois processos são similares em sua meticulosidade. Ela usa uma combinação de látex derramado e impresso para suas peças. “É feito à mão”, afirma ela sobre seus materiais. “Criamos de uma maneira muito artesanal aqui em nosso estúdio. É um procedimento que consome muito tempo.”
Em suas coleções, flores abstratas em forma de laço fornecem a base para uma variedade de designs. Dois densos conjuntos de flores delgadas tornam-se um top estilo biquíni, usado com um macacão de frente aberta que parece ter sido desenhado diretamente no corpo da modelo. Durante seu desfile mais recente, Kucharska sobrepôs suas meias de renda de látex sob camisas, saias mini franzidas e vestidos. Há um elemento ingênuo em seus designs espirais em cores de festa de aniversário, como rabiscos em um caderno escolar.
Kucharska chama as formas em loop impressas na malha transparente de “infantis” na liberdade de sua forma. Devido à natureza maleável do látex, seu processo é “muito intuitivo e experimental”, disse ela. “O látex é um material líquido. É como leite da árvore. E trabalhamos com ele de uma maneira muito crua, ou damos pigmento a ele e depois o derramamos.”
Do início ao fim, cada peça pode levar vários dias para ser feita — pois cada uma requer rodadas de resfriamento, secagem e lavagem. Mas entender o material levou anos, ela acrescentou, desde o refinamento de suas técnicas até o aperfeiçoamento de sua receita, que permanece um segredo de seu negócio.
Kucharska começou a perceber o potencial sartorial do látex líquido durante seu tempo na Universidade de Artes de Berlim. “É um material extremamente durável. É biodegradável. É sustentável. E você pode fazer tanto com ele”, disse ela. Junto com seus vestidos rendados, que foram usados por celebridades como Julia Fox e a musicista Chloe Bailey, Kucharska também usa látex para construir bolsas do zero. “É realmente um monomaterial”, disse ela. “Estou tentando pensar sobre limites, como podemos fazer moda de outra forma sem costurar?”
E para aqueles que consideram dar o salto da renda da vovó para uma peça Kasia Kucharska, a designer tem alguns conselhos: “Abrace quem você é, seja excêntrico, seja alegre, celebre a vida. Divirta-se. Seja ousado, seja confiante.”
Este conteúdo foi originalmente publicado em Conheça a estilista que está reinventando a renda com látex impresso em 3D no site CNN Brasil.
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