A política de Lauro de Freitas vive um momento de turbulência interna logo no início da gestão da prefeita Débora Régis (União Brasil). Apesar das disputas de ego e vaidade que têm emergido por parte de algumas lideranças políticas, Débora mantém seu foco nos objetivos traçados. A prefeita reafirma que não se deixará abalar por “briguinhas ou picuinhas”, priorizando a gestão para enfrentar os problemas estruturais da cidade, que, segundo ela, foram negligenciados por administrações anteriores do PT.

No centro da recente crise estão o vice-prefeito Mateus Reis e o presidente municipal do União Brasil, Teobaldo Costa.

No último domingo (2), durante a festa de Iemanjá, em Buraquinho, os dois protagonizaram uma discussão acalorada. Durante o embate, Mateus Reis teria proferido insultos como “vá tomar no c…” e “seu pau no c…”. O episódio evidenciou o clima de tensão e desentendimentos no grupo político.

Nesta quarta-feira (5), o vereador licenciado e atual secretário de Mobilidade Urbana, Sapucaia, criticou duramente a postura de Mateus Reis e defendeu Teobaldo.

“Acho que ele foi desrespeitoso. Não se manda um presidente do partido e uma pessoa de idade tomar naquele lugar, principalmente Teobaldo, que pagou as contas de Mateus em 2016, quando foi candidato. Durante quatro anos, ele sustentou Mateus, que estava desempregado”, afirmou Sapucaia. Veja aqui

O secretário ainda alfinetou: “Se ele quisesse mandar alguém tomar naquele lugar, que fosse eu. Tenho a mesma idade e sou top dele, não Teobaldo.”

Outro ponto que gerou polêmica foi a declaração de Mateus Reis sobre sua intenção de disputar as eleições de 2028 “de qualquer jeito”. A questão que se levanta é: como Mateus pretende viabilizar sua candidatura, sendo vice de Débora, que poderá disputar a reeleição? Estaria ele disposto a romper com a prefeita para alcançar seu objetivo?

O radialista Roque Santos, em análises anteriores, destacou que o maior problema da política em Lauro de Freitas é a disputa de egos.

“Todos se acham mais importantes que o grupo, priorizando projetos individuais em vez do coletivo”, apontou.

A vitória de Débora em 2024 foi resultado de uma articulação liderada por ACM Neto e Elinaldo Araújo, que uniu lideranças como Teobaldo Costa, Mirela Macedo e Mateus Reis. Porém, os sinais de desgaste dessa aliança já se fazem sentir.

•Teobaldo Costa: Tem demonstrado insatisfação, uma vez que esperava maior influência no governo.

•Mirela Macedo: Indicada por Teobaldo para a Secretaria de Saúde, pediu exoneração com menos de 30 dias no cargo.

•Sapucaia: Apesar de ser cotado para presidir a Câmara, acabou assumindo a Secretaria de Mobilidade Urbana, o que também gerou atritos.

Mesmo diante dos conflitos, Débora Régis tem demonstrado firmeza e capacidade de liderança. Com forte presença política e influência em diferentes camadas sociais, a prefeita tem deixado claro que a administração será conduzida por ela, com apoio do grupo, mas sob sua liderança.

Fontes ouvidas pelo Bahia no Ar relatam que Débora tem surpreendido positivamente ao se manter convicta em suas decisões, recusando-se a ceder à pressão de aliados insatisfeitos. Sua postura reflete a busca por uma gestão focada em resultados para a população, e não em interesses pessoais.

Com menos de dois meses de governo, Débora enfrenta desafios políticos e administrativos. No entanto, sua postura firme pode marcar um novo padrão de liderança em Lauro de Freitas.

A pergunta que fica é: até onde as vaidades e disputas internas poderão interferir no andamento da gestão? Enquanto o grupo político luta por espaço, Débora parece disposta a mostrar que sua prioridade é a cidade e não os conflitos internos.

Se mantiver o foco e a consistência demonstrados até agora, Débora Régis pode consolidar sua posição como um exemplo de liderança capaz de superar as pressões da política tradicional e atender aos anseios de uma população sedenta por mudanças reais.