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O Custo da Corrupção: Um Desafio para o Brasil e o Mundo.

diariodorio.com
O Custo da Corrupção: Um Desafio para o Brasil e o Mundo.

No Brasil, esse problema assume proporções alarmantes, como revela um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV)*. Segundo a pesquisa, nosso país perde anualmente entre 1% e 4% do Produto Interno Bruto (PIB) devido a práticas corruptas.


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Considerando uma média conservadora de 3% do PIB atual, estimado em R$ 10 trilhões para 2024, chegamos à cifra astronômica de R$ 300 bilhões desperdiçados anualmente com a corrupção. Para termos uma ideia da magnitude desse valor, ele supera o orçamento anual de muitos ministérios cruciais para o desenvolvimento nacional.


Se projetarmos esse cenário para as últimas quatro décadas, período que abrange grande parte da nossa jovem democracia, o montante acumulado de recursos desviados ultrapassa os R$ 12 trilhões em valores atualizados, aqui como uma estimativa teórica atualizada.


Nos cinco mandatos do Partido dos Trabalhadores junto com MDB, (18 anos de Lula 1+2+3 e Dilma 1+2), esse valor chegaria a aproximadamente R$ 5,4 trilhão, ou quase metade de um PIB atual.  São números que chocam e nos fazem refletir sobre o quanto poderíamos ter avançado como nação se esses recursos tivessem sido aplicados em educação, saúde e infraestrutura. Da mesma forma, considerando o governo Bolsonaro os desvios e perdas do sistema podem ser estimados em R$ 1,2 trilhão.


Contudo, é importante ressaltar que a corrupção não é uma exclusividade brasileira. Trata-se de um problema global que afeta, em diferentes graus, nações em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 5% do PIB mundial, o equivalente a impressionantes US$ 10,7 trilhões, sejam perdidos, considerando desvios, roubos, ineficiência dos Estados ou mesmo a apropriação pelas elites governantes e  devido a práticas corrupção. Esses dados evidenciam que estamos diante de um desafio que transcende fronteiras e exige uma resposta coordenada da comunidade internacional.


O caminho para combater esse mal endêmico passa, inevitavelmente, pelo fortalecimento das instituições, pela implementação de mecanismos mais rigorosos de governança e pelo aprimoramento dos sistemas de controle e punição. No caso do Brasil temos instituições como TCU, CGU e mecanismos como “contas abertas”. No entanto, essas medidas, por si só, não serão suficientes se não houver uma profunda mudança de mentalidade por parte da elite dirigente de cada país.


É incompreensível e moralmente inaceitável que autoridades políticas e funcionários públicos de alto escalão, muitos deles oriundos das melhores instituições de ensino e dotados de vasta bagagem cultural, se valham de seus cargos para obter benefícios ilícitos, enriquecer de forma indevida ou utilizar a estrutura governamental para fins pessoais. Essa conduta não apenas trai a confiança depositada pelos cidadãos, mas também perpetua um ciclo vicioso de desigualdade social.


A perversidade dessa situação é dupla: além de privar a sociedade de recursos essenciais para seu desenvolvimento, ela alimenta um sistema que concentra riquezas nas mãos de poucos, ampliando o abismo social que já marca profundamente nossa nação. Cada moeda desviada pela corrupção é um investimento a menos em escolas, hospitais e programas sociais que poderiam transformar a vida de milhões de pessoas, no Brasil e no mundo.


Para reverter esse quadro, é fundamental que a sociedade civil se mobilize e exija de seus representantes uma postura ética e comprometida com o interesse público. É preciso fortalecer os mecanismos de transparência e prestação de contas, incentivando a participação cidadã no controle dos gastos públicos.


O combate à corrupção não é apenas uma questão de moralidade, mas um imperativo econômico e social. Cada passo dado nessa direção representa um avanço na construção de uma sociedade mais justa, próspera e igualitária. É hora de transformarmos nossa indignação em ação concreta, exigindo de nossos líderes o compromisso inabalável com a ética e o bem comum.


Somente assim poderemos vislumbrar um futuro em que os recursos públicos sejam efetivamente utilizados em benefício de todos, e não desviados para enriquecer uma minoria privilegiada. O Brasil que sonhamos só se tornará realidade quando a integridade for a regra, e não a exceção, em nossa vida pública.  E infelizmente a elite política não quer saber de enfrentar a corrupção. Ao contrário, querem cada vez mais uma “parcela do bolo, para chamar de seu.”


A polarização política no Brasil apresenta-se como um espetáculo de contrastes ideológicos, onde a esquerda defende um Estado robusto com amplas políticas sociais, enquanto a direita prega um Estado mínimo focado em segurança, saúde e regulação. Direita x esquerda é só um joguinho de cena.


Essa dicotomia, frequentemente exacerbada por retóricas inflamadas e acusações mútuas, cria uma aparente divisão irreconciliável no cenário político nacional. No entanto, os eventos recentes, como a eleição para as mesas diretoras do Congresso, da Câmara dos Deputados e do Senado, revelaram uma realidade bem diferente. O que se viu foi um grande acordo de interesses, onde partidos supostamente antagônicos se uniram em uma coreografia bem ensaiada de partilha do poder. Esse "teatro de tesouras" expõe a verdadeira natureza da elite política brasileira: uma classe coesa quando se trata de manter seus privilégios e acesso às verbas públicas, demonstrando que, por trás das cortinas da polarização, existe um pragmatismo que transcende ideologias quando o assunto é a manutenção do status quo político e econômico.


Por fim, conforme elucidado em obras importantes como "Casa Grande & Senzala" de Gilberto Freyre e "A Elite do Atraso" de Jessé Souza; discutem claramente que para avançarmos como um país mais igual e desenvolvido, é preciso uma grande revolução do perfil da liderança.


Qualquer esforço sério de combate a este mal endêmico, chamado de corrupção, só será verdadeiramente eficaz se for acompanhado por uma transformação radical na mentalidade e nos valores dessa elite dominante. É imperativo que haja uma conversão genuína para princípios éticos, onde o bem comum se sobreponha aos interesses privados, partidários e das oligarquias regionais. O futuro do Brasil depende da disposição desta classe dirigente em fazer sacrifícios reais, renunciando a privilégios arraigados em prol da construção de uma nação mais próspera e equitativa para as gerações vindouras. Ou mudamos capitaneados por pessoas com valores para um patamar de maio civilidade, ou essa elite apodrecida que está abraçada com a corrupção, será varrida do poder nas voltas da história.  Somente com esta mudança de paradigma poderemos vislumbrar um horizonte de um Brasil melhor.


** Fontes:


1)Instituto Millenium, "O Peso da Corrupção: O Fardo Econômico das Práticas Ilícitas no Brasil", 2024.2) FGV. https://www.jusbrasil.com.br/noticias/fgv-corrupcao-custa-r-30-bi-ao-ano-para-a-economia-do-pais/20314543) Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP): Um estudo de 2010 apontou que o custo anual da corrupção no país é de 1,38% a 2,3% do PIB.4)  LEAL, Rogério, IPEA – As consequências negativas da corrupção, , as vítimas são os mais pobres. https://periodicos.unipe.br/index.php/direitoedesenvolvimento/article/view/414/330

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