Manaus – Nos últimos anos, a harmonização facial emergiu como uma das tendências mais populares na dermatologia estética, mas também tem sido alvo de controvérsias, gerando, inclusive, o termo ‘demonização facial’ devido a resultados exagerados ou artificiais. A dermatologista Larissa Lobo, especialista em cosmiatria – área da dermatologia focada na beleza da pele, faz um retrato dos mitos e verdades do procedimento.

(Foto: Freepik)

“Os principais procedimentos envolvem a aplicação de toxina botulínica (botox) e ácido hialurônico, que é usado para preenchimentos. Esses tratamentos têm como objetivo corrigir imperfeições e repor volumes perdidos ao longo do tempo, principalmente devido ao envelhecimento”, explica.

A harmonização facial, quando bem indicada, oferece benefícios notáveis, como a estruturação do rosto, reposição de volume e rejuvenescimento natural.

“Com o passar dos anos, ocorre perda de sustentação facial nas pessoas devido, principalmente, à absorção óssea e deslocamento dos tecidos. O preenchimento com ácido hialurônico, por exemplo, ajuda a reposicionar essas estruturas, devolvendo um aspecto mais jovial ao rosto”, destaca a dermatologista ao ressaltar as áreas mais procuradas para o tratamento estético: olheiras, bochechas, contorno da mandíbula, nariz e lábios. “Quando planejada e executada corretamente, a harmonização facial pode ser extremamente eficaz na valorização da beleza única de cada paciente”.

Riscos e complicações

Apesar dos benefícios, os procedimentos não estão isentos de riscos. Larissa aponta que a principal complicação do preenchimento com ácido hialurônico é a oclusão vascular, que ocorre quando o produto é inadvertidamente injetado em um vaso sanguíneo. Isso pode levar à necrose (morte do tecido) se não identificado e tratado a tempo.

Já o Botox, embora mais seguro nesse aspecto, pode causar efeitos adversos como paralisia temporária de músculos não desejados, resultando em quedas de pálpebras ou desvios no olhar. “Por isso, a escolha de um profissional qualificado é indispensável para evitar esses problemas”, alerta a especialista.

Por que “demonização facial”? 

O termo “demonização facial” tem ganhado força devido a casos em que os resultados são artificiais ou exagerados, distorcendo as características naturais do paciente. Larissa critica o uso indiscriminado do termo “harmonização facial”, que muitas vezes é associado a uma padronização da estética. “Cada rosto é único e exige uma avaliação individual. Não é porque algo está na moda que será adequado para todos”, afirma.

Para evitar esses problemas, a médica reforça a importância de um planejamento detalhado antes do procedimento. “Harmonização facial não é vender seringas, mas oferecer um protocolo de tratamento personalizado, que considera as necessidades e expectativas do paciente ao longo do tempo”, esclarece.

Após a realização dos procedimentos, são recomendados cuidados como evitar a exposição ao sol, não manipular as áreas tratadas e seguir rigorosamente as orientações do médico. Além disso, Larissa enfatiza que os resultados devem ser reavaliados periodicamente para ajustar o tratamento conforme o envelhecimento natural e as mudanças no rosto do paciente.

Naturalidade como foco

Por fim, a especialista deixa um alerta: “Harmonização facial é sobre preservar a essência e a naturalidade do paciente. Quando feita de forma ética e planejada, ela pode ser uma ferramenta poderosa para promover autoestima e bem-estar.”

A harmonização facial, portanto, é um recurso valioso, mas que deve ser conduzido com responsabilidade, respeito à individualidade e busca por resultados harmônicos. Afinal, beleza é sobre equilíbrio, e nunca sobre exagero.

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