‘O Aprendiz’: filme que preocupou Donald Trump e que no fim mostrou mais de seu guru
![‘O Aprendiz’: filme que preocupou Donald Trump e que no fim mostrou mais de seu guru](https://www.portalleovip.com.br/arquivos/noticias/57040/lsquo-o-aprendiz-rsquo-filme-que-preocupou-donald-trump-e-que-no-fim-mostrou-mais-de-seu-guru.jpg)
![](https://jpimg.com.br/uploads/2025/02/o-aprendiz-750x422.jpeg)
Não é nenhuma novidade, não é nenhum filme recente ou que você já não tenha tido a oportunidade de ver, mas “O Aprendiz” foi um filme que chamou atenção por tentar contar um pouco da história de Donald Trump que a época se preocupou com a repercussão negativa e que o filme não seria uma ode à ele e sim, mostrando suas fragilidades.
Inclusive, se podemos destacar algo para esse indicado ao Oscar é justamente nos dois quesitos em Hollywood: melhor ator (Sebastian Stan) e melhor ator coadjuvante (Jeremy Strong). Nenhum dos dois é favorito, inclusive passam longe de tal, mas isso não significa necessariamente que a atuação de ambos está abaixo. Gostei muito de caracterização de Stan como o agora novamente presidente dos Estados Unidos.
Mas é a atuação de Jeremy Strong o ponto alto do filme, que inclusive tende mais a contar a importância do personagem dele, o lobista e guru de Trump, Roy Cohn. Strong tem longa carreira, mas foi em “Succession” seu momento de maior destaque. Com isso, ganhou notoriedade no olhar de diretores como um especialista em papéis que envolvam política, tramas inteligentes e personagens controversos.
Roy Cohn inclusive, para mim, rouba a cena como personagem neste filme, fazendo o já por muitos odiado Donald Trump ser ainda mais odiado (e juro que não estou entrando num aspecto político de análise).
![o aprendiz 2](https://jpimg.com.br/uploads/2025/02/o-aprendiz-2-300x170.jpeg)
Cena que mostra claramente o papel de consultor que Roy Cohn (Strong) faz para Trump (Stan) / Divulgação
O filme é coeso, contudo mostra bastante coisa que uma pesquisa bem feita e bem lida sobre o presidente americano mostraria caso fosse feita. Já elementos de Roy Cohn são mais chamativos e acima de tudo isso, as atuações merecem o devido destaque.
Outro ponto forte é a ambientação. O filme tem um aspecto de ser parte da década de 70 e 80 e o diretor do filme, o dinamarquês-iraniano Ali Abbasi diz que houve a tentativa e até testes para filmagem com câmeras de época, mas não haviam equipamentos suficientes em grande estado de conservação para fazer isso.
Ainda assim, na edição, existe um acerto grande para nos ambientar à época do que é contado como história. As cores mais amareladas, remetendo ao ouro, à riqueza e talvez a cafonice dos anos 80 (claro que para nós de agora, vivendo o século XXI) são muito marcantes e positivos no filme. Elementos técnicos e atuações individuais, esses são os meus destaques.
Independente do espectro político, acredito que todos deveriam tentar parar para ver. Vale a pena. É uma tosquice rejeitar ver uma obra por visões diferentes políticas, ainda mais contando algumas histórias sobre um personagem caricato, polêmico e, goste ou não, importante para a história atual.
No meu letterboxd, avaliei com 4/5. “Não importa o que aconteça, você canta vitória e jamais admite a derrota”. Nada é mais Trump que isso. Nada é mais político do que isso. Aqui, nos Estados Unidos, nas democracias ou nas ditaduras espalhadas pelo mundo. Frase de quem é obstinado a vencer… por bem, ou por mal.
COMENTÁRIOS