Novo tratamento para febre amarela pode reduzir em 84% risco de morte
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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo um novo tratamento para febre amarela que pode reduzir em até 84% a mortalidade pela doença. Em artigo publicado no final de janeiro na revista científica Tropical Medicine and Infectious Disease, a técnica se mostrou uma estratégia promissora e viável para o tratamento da forma grave da doença.
Em um quadro de insuficiência hepática aguda, o fígado não é capaz de filtrar o sangue adequadamente, levando ao acúmulo de toxinas no plasma sanguíneo. Diante disso, o novo tratamento consiste em isolar o plasma infectado e substituí-lo por um plasma de um doador saudável.
Para entender se a técnica seria eficaz, os pesquisadores realizaram um estudo com 66 pacientes, divididos em três grupos: os que receberam tratamento padrão em terapia intensiva (grupo 1); os que receberam tratamento padrão com TPE em alto volume por três dias consecutivos (grupo 2), e os que receberam o tratamento padrão com TPE intensivo, com duas sessões por dia e infusão adicional de plasma fresco congelado (grupo 3).
Segundo os pesquisadores, o grupo 3 apresentou uma mortalidade significativamente menor (14%) em comparação aos outros grupos: o grupo 1 teve uma mortalidade de 85%, enquanto no grupo 2 esse valor foi de 82%.
Para os cientistas, os resultados mostram que a troca plasmática terapêutica pode ser uma estratégia promissora para reduzir a mortalidade em formas graves de febre amarela, com uma redução de 84% em comparação ao tratamento padrão.
No entanto, o estudo ainda possui algumas limitações, como uma amostra pequena de pacientes e ser um estudo observacional, ou seja, sem um ensaio clínico randomizado. Mais pesquisas são necessárias para confirmar os benefícios da troca plasmática terapêutica intensiva e definir diretrizes precisas para seu uso.
O que é a febre amarela?
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda e que pode levar ao óbito em sua forma grave. É causada por um vírus transmitido por mosquitos, possuindo dois ciclos de transmissão, o urbano e o silvestre.
No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos, como o Aedes aegypti — o mesmo responsável por transmitir dengue, zika e chikungunya.
Já no ciclo silvestre, os primatas não-humanos (macacos) são os principais hospedeiros do vírus, mas não são eles os responsáveis pela transmissão. Mosquitos com hábitos alimentares silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes, picam os macacos e transmitem os vírus. Nesses casos, o homem pode participar como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata sem estar vacinado.
Segundo o Ministério da Saúde, o ciclo da doença no Brasil é, atualmente, silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942.
Os sintomas incluem:
- Febre de início súbito;
- Calafrios;
- Dor de cabeça intensa;
- Dor nas costas;
- Dor no corpo;
- Náuseas e vômitos;
- Fadiga;
- Fraqueza.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Novo tratamento para febre amarela pode reduzir em 84% risco de morte no site CNN Brasil.
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