Qualidade das águas da Ilha Grande não é monitorada há quase 10 anos
Ainda que não seja somente isso, as praias são sempre lembradas quando se pensa em belezas do Rio de Janeiro. Para o turismo, lazer ou fonte de renda de moradores, as orlas são de suma importância na vida de muita gente. Além de serem ecossistemas extremamente ricos. No entanto, a ausência de monitoramento para avaliar a qualidade dessas faixas de areia e água vem gerando questionamentos.
“Se os dados do órgão oficial que faz a mediação estão desatualizados, como os turistas, caiçaras, pescadores vão saber se a condição da água é segura? Já me preocupa que a última medição em Paraty, outra cidade da região, tenha sido antes do verão deste ano, imagina ter praias com aferição de 2015? Isso compromete não apenas a saúde da população, mas também a economia local, fortemente dependente do turismo”, destacou o deputado estadual Yuri Moura, que fez a denúncia na Alerj e cobrou o Inea, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS) e as concessionárias de saneamento básico por ações concretas que revertam a situação.
"É lamentável e um absurdo que o Inea não ofereça aos fluminenses panoramas de balneabilidade das praias da Ilha Grande há uma década. Mas há ainda muitas lacunas em outras regiões, e faltam servidores para a coleta de água periódica. O turismo do Rio perde, o comércio perde. São ações simples e que depende de vontade política", afirmou Emanuel Alencar, jornalista especialista em meio ambiente.
Além da falta de avaliações em relação à balneabilidade de parte do litoral fluminense, outro problema chama a atenção. No início deste ano 2025, foram registrados índices altos de poluição em alguns trechos da orla do estado do Rio: 86% das praias de Iguaba e São Pedro da Aldeia; 66% das praias de Araruama e 52% das de Niterói estão impróprias para banho.
Em resposta à reportagem do DIÁRIO DO RIO, o Inea informou que "o procedimento de coleta e tempo de análise requer uma logística complexa. Vale ressaltar que o Inea está em contato com outras instituições para viabilizar a retomada deste monitoramento ainda esse ano.Com relação à oscilação da balneabilidade de praias, além da questão de investimento em saneamento, é relevante salientar que no período chuvoso é usual ter oscilações nos resultados, tornando algumas praias eventualmente impróprias ao banho de mar.Nestes casos, ocorre que a matéria orgânica presente nas galerias de águas pluviais e em alguns trechos de rios podem ser carreados até a praia com as chuvas mais frequentes, e podem influenciar nos resultados bacteriológicos, e por consequência na balneabilidade das praias.O Inea alerta que o banho de mar deve ser evitado nas primeiras horas após a ocorrência de chuvas e próximo à saída de galeria de águas pluviais ou canais de drenagem".
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