O cineasta Walter Salles, 68, está de volta ao Oscar. Desta vez, seu filme “Ainda Estou Aqui” recebeu três indicações, incluindo a cobiçada categoria de Melhor Filme. Com uma trajetória marcada por grandes produções, ele reafirma sua presença no cenário internacional e reforça a conexão do cinema brasileiro com a Academia.

Não é a primeira vez que o diretor disputa uma estatueta. Ao longo dos anos, Salles esteve na corrida pelo prêmio em quatro edições: “A Grande Arte” (1991), “Central do Brasil” (1999) e “Abril Despedaçado” (2002). Agora, retorna com mais uma produção de peso.

Quando Hollywood disse “não”

Apesar do prestígio, nem todas as suas submissões foram bem-sucedidas. Em 2005, “Diários de Motocicleta” foi considerado inelegível para a categoria de Melhor Filme Internacional. A justificativa? A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Ampas) determinou que o longa não apresentava elementos suficientes de um único país para ser qualificado.

A produção, que envolveu Brasil, Argentina, Peru, Chile e Estados Unidos, ficou de fora da disputa, mas brilhou em outras premiações. O longa recebeu indicações no Globo de Ouro e no Bafta, consolidando-se como uma obra de impacto global.

A jornada de Che Guevara

Baseado nos diários de Ernesto Che Guevara, o filme acompanha o jovem estudante de medicina (interpretado por Gael García Bernal) em uma viagem transformadora pela América do Sul ao lado de seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). A bordo de uma motocicleta, a dupla cruza diversos países e testemunha de perto as desigualdades sociais do continente.

Durante a jornada, os dois conhecem camponeses em situação de extrema pobreza, trabalhadores explorados e, no Peru, chegam a uma colônia de leprosos que muda profundamente a visão de mundo de Che Guevara.

Para quem quer revisitar essa história, “Diários de Motocicleta” está disponível para compra e aluguel digital na Apple TV+.