Publicidade

Para Águas do Rio, quem manda no RJ é o ‘Supervisor’

diariodorio.com
Para Águas do Rio, quem manda no RJ é o ‘Supervisor’

A concessionária de Águas do Rio de Janeiro - Águas do Rio - vem recebendo os mais diversos apelidos da população carioca. "Mágoas do Rio", "Pragas do Rio", estão entre eles. Mas o que há com o trabalho da empresa que vem conseguindo bons resultados na despoluição da baía que tem gerado tanta raiva, ódio e revolta com os consumidores? Recentemente um furo de reportagem do DIÁRIO DO RIO denunciou que os novos critérios de cobrança da concessionária vêm gerando prejuízos milionários a condomínios em toda a cidade, com contas de R$ 10 mil mensais passando para R$ 137 mil e a cobrança generalizada de valores de mínimos, em vez do real consumo das unidades. A matéria do DIÁRIO gerou uma reportagem de mais de 5 minutos no RJTV, da TV Globo, no início da semana, tratando de outros problemas similares em inúmeros outros condomínios comerciais e residenciais. Mas a questão financeira não é a única que envolve a deletéria atuação da companhia que, se tem bonitos resultados no meio-ambiente, trata com descaso seus consumidores e toda a cidade.


Publicidade
A empresa tem destruído as calçadas de toda a cidade, em sua sanha arrecadatória atrás de quem não tem conseguido pagar suas faturas, que crescem em progressão geométrica. Realiza obras sem licença, com os mais diversos pretextos; cortar água, realizar instalações, religar água. Uma única coisa é constante: o trabalho inacreditavelmente tosco de seus profissionais na recomposição do que destróem diariamente. Inclusive, realizam intervenções em áreas tombadas ignorando completamente as instruções e mesmo a existência dos órgãos de patrimônio Federal, Municipal e Estadual. Cavam buracos em calçadas de pedras portuguesas e amontoam pedras com areia, na esperança de que elas mesmas se auto-instalem. Arrebentam soleiras de edifícios cujo fornecimento de água cortam por não conseguir receber os valores impagáveis que cobram por vezes de edifícios integralmente desocupados. Quando a multa da Prefeitura chega, chega para o dono do imóvel ou condomínio. A empresa, com sua bilionária concessão, sai sempre ilesa, e segue empurrando prejuízos goela abaixo dos condomínios, imbuída da decisão do STJ que autorizou-a a cobrar valores mínimos mesmo que não haja consumo algum.


Em 2023, a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) lançou um manifesto “em defesa da tarifa de água justa e legal”, avisando do risco que se corria caso o STJ decidisse a favor da concessionária. “A Abadi participou da audiência pública no STJ, defendendo de maneira veemente a importância de serem mantidas as regras já consolidadas. Caso contrário, os condomínios e a sociedade em geral serão extremamente prejudicados com a aplicação de uma tarifa de água abusiva, acarretando transtornos expressivos”, afirmou à época o presidente da Associação, Rafael Thomé, que preveniu a todos que a situação deveria gerar um aumento de 700% nas contas de água. Tragédia anunciada. Só que o aumento, em alguns casos, chega a 1300%.


Informações da Secretaria de Conservação dão conta de que mesmo que seja para cortar a água de um cliente inadimplente, se hoiver quebra de calcada, é obrigatória a obtenção de licença de obra. A norma é ignorada. Quando os funcionários da companhia são abordados, informam que "quem manda é o supervisor". E desafiam Prefeito, Governador, órgãos de patrimônio e quem quer que se coloque no caminho: quem manda no RJ é a Águas do Rio. Deve ser assim que conseguiu emplacar um valor mínimo por unidade comercial - chamam de economias - que se aproxima dos R$ 700,00 (setecentos reais) nas barbas de governos mortos-vivos que querem mais é ver o circo pegar fogo. Isso significa que um edifício comercial de 200 "economias" vai pagar R$ 140 mil de água, mesmo que não haja uma só viva alma dentro do imóvel. Aliás, recebemos relatos de prédios com a água cortada, vazios, dos quais são cobrados valores semelhantes.


Recentemente, implantou a genial idéia de colocar os hidrômetros de imóveis na rua, instalando uma tampa preta de plástico de péssima qualidade nas calçadas, que, aberta, mostra o hidrômetro. Ignoram a existência das gangues que roubam metais em toda a cidade e os hidrômetros vêm sendo furtados diariamente. A tampa, de péssima qualidade, acaba sendo quebrada rapidamente, e jamais é substituída. No Centro do Rio, já são dezenas de tampas quebradas que já se tornaram buracos na calçada. Isso sem contar os milhares de buracos cavados e jamais tapados nas calçadas.


Os hotéis do Rio de Janeiro, de acordo com o jornalista Ancelmo Gois, estão pagando mais de R$ 500 mil de água por mês, quantia que por vezes supera a energia elétrica. A associação dos hoteleiros goza de um desconto especial concedido pela concessionária há tempos atrás, mas mesmo assim os empresários do turismo já reclamam que os valores já subiram 36% nos últimos meses.


A Águas do Rio parece imaginar que pode desafiar toda a população de uma cidade, e se coloca atualmente como maior entrave ao reerguimento do Centro do Rio de Janeiro. Sua constante destruição dos logradouros públicos gera milhões de reais de danos ao contribuinte e à própria Secretaria de Conservação, que parece assistir bovinamente - como a vaquinha do presépio de Natal - à diária precarização da mobilidade no Centro e em outras regiões. Como podemos ter um Reviver Centro se o condomínio de um prédio quase vazio aumenta 160% por causa da conta de água mensal com a nova forma de cálculo? Como revitalizar a região e cuidar da sua zeladoria se a Águas do Rio transforma as calçadas e ruas em um queijo suiço? A quem reclamar, se quem manda nesta cidade e neste estado "é o Supervisor"?


https://diariodorio.com/mudanca-em-criterios-de-cobranca-da-aguas-do-rio-aumenta-condominio-em-160-no-centro/

Publicidade



COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.