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Edifício no Centro apelidado de “barril de pólvora” ganha prostíbulo além dos depósitos de camelô

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Edifício no Centro apelidado de “barril de pólvora” ganha prostíbulo além dos depósitos de camelô

Passando pela Confeitaria Colombo e pelo Shopping Paço do Ouvidor na famosa rua Gonçalves Dias, o pedestre dá de cara com edifício alto, de 10 andares e uma generosa frente de rua de quase 15 metros, com total aparência de abandono, não fosse pelas lojas ocupadas por um salão de beleza e pelo famoso Bar Opus, que vende o melhor sanduíche do Centro do Rio. Todo pichado e com a fachada em desalinho, trata-se do edifício Frei Miguel de Contreras - apelidado de Barril de Pólvora, no número 82 da famosa rua que liga a rua da Assembleia à Praça Olavo Bilac.


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O prédio, invadido por camelôs, milicianos e agora por um prostíbulo que funciona em meio a gambiarras de eletricidade e, segundo vizinhos, gatos de água e luz, tem cerca de 2 mil metros quadrados, e pertence à Santa Casa da Misericórdia. A instituição constatou, conforme matéria anterior do DIÁRIO, que, exceto uma loja, se encontra integralmente invadido. "Ex-funcionário da instituição que foi procurado pela polícia tomou o edifício, e se declara seu administrador. Gerencia o prédio sem qualquer tipo de autoridade, sem contar que está sendo processado por fraudes contra a entidade, que buscs recuperar a posse do prédio", explicou na época Cláudio André de Castro, atual responsável pelo patrimônio imobiliário da Santa Casa. Castro, porém, disse não ter ainda detalhes sobre o que se passa lá dentro.


Mas a história não pára por aí. O DIÁRIO DO RIO averiguou que as salas comerciais se encontram ocupadas por dezenas de camelôs, que fazem do edifício um depósito de mercadoria falsificada, contrafeita e ilegalmente vendida nas ruas da cidade, e afirmam pagar aluguéis de cerca de R$ 300,00 por sala para o suposto administrador. E agora a situação ainda desceu mais um degrau em direção ao abismo: um prostíbulo funciona no terceiro andar da edificação que tem gambiarras elétricas e foi apelidada por frequentadores da região de “barril de pólvora”. O prédio tem 10 andares e 4 salas por andar, utilizados como depósito de mercadorias muitas vezes inflamáveis e com instalações elétricas improvisadas e fios pendurados pelos corredores. Com a ação das autoridades contra os camelôs, eles passaram a buscar o prédio pra esconder sua mercadoria ilegal. E agora ganharam companhia “das primas”. E seus clientes, claro. O recente incêndio no camelódromo da Uruguaiana não parece ter inspirado as autoridades do Rio a tomar providências contra o “Barril de Pólvora”.


Um dos maiores problemas do combate à camelotagem clandestina que vem destruindo o comércio da região central seria, teoricamente, a dificuldade de saber onde os ambulantes guardam suas mercadorias. Mas este endereço é conhecido pela SEOP. O edifício Miguel de Contreras é um destes depósitos. Um comerciante local que pediu pra não ter seu nome citado diz que a Santa Casa não consegue entrar nos imóveis por conta da gestão do ex-funcionário Raimundo Marcelo de Oliveira, que se intitula dono do edifício. As informações do local dão conta de que é ele o 'padrinho dos camelôs' da rua Uruguaiana e adjacências, alugando as salas para que eles as utilizem como depósitos de suas mercadorias: e agora é senhorio do prostíbulo. "Apenas os inquilinos das lojas pagam aos donos do prédio. O restante é bastante esquisito, ninguém paga, e todos dizem que estão sob o comando do Marcelo", disse um funcionário de um outro comércio em frente, que pediu para permanecer em anonimato, pois diz que também há ex-policiais civis que ocupam salas no local, "dizendo que estão lá pra manter o local seguro". "Tem um miliciano que ocupa uma sala no primeiro andar", afirma. Dentro, o prédio é imundo e é meio apavorante entrar pela sua estreita portaria cercada por duas lojas.


Depois que a prefeitura conseguiu retirar os camelôs ilegais que sequer permitiam o trânsito livre das pessoas pela rua Uruguaiana, os ambulantes se mudaram em grande parte para a própria Gonçalves Dias e para a rua Ramalho Ortigão, que agora sofrem mais ainda com o caos urbano. E são estes os que recorrem ao Miguel de Contreras para armazenar suas tralhas, evitando uma ação mais dura do "rapa". Os valores cobrados pela suposta "administração" de Raimundo Marcelo seriam convidativos, e como o edifício não aparenta ter qualquer tipo de limpeza ou manutenção, certamente os valores de "condomínio" são altamente benéficos para quem quer apenas jogar mercadorias lá dentro e retirá-las na hora de vender, certamente sem nenhum tipo de cuidado ou preocupação com limpeza, proteção a incêndio e cuidado com a aparência. O edifício tem uma aparência apocalíptica, e se tornou assim foco de atividades criminosas ou contraventoras. Um bingo clandestino também funcionou lá até recentemente.


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Segundo informações de O GLOBO e do jornal EXTRA, em 2014 o MP requereu prisão preventiva do então funcionário da Santa Casa Raimundo Marcelo de Oliveira, por fraudes na administração imobiliária da entidade entre os anos de 2004 e 2014 e que hoje se encontra em processo de reestruturação, tendo anulado mais de 200 milhões em dívidas fraudulentas e recuperado quase 300 milhões de reais em propriedades imóveis. Segundo o promotor da época, a prisão foi pedida para a garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal, pois havia inúmeros depoimentos de funcionários da Santa Casa que apontavam a culpabilidade de Marcelo, que foi braço direito do ex-provedor Dahas Chade Zarur - já falecido, conhecido pela administração criminosa da instituição de 442 anos. Raimundo Marcelo foi, segundo o jornal EXTRA, apontado nas investigações como peça chave no esquema da compra e venda ilegal de imóveis da Santa Casa da Misericórdia. Embora a venda de prédios da entidade tivesse que ser discutida pela diretoria, numa reunião denominada de Mesa e Junta, de acordo com o regulamento da entidade, os imóveis eram negociados sem tal autorização, muitas vezes em "papel de pão", como explica o atual Mordomo dos Prédios, Cláudio André de Castro: "faziam instrumentos particulares fajutos, muitas vezes com assinaturas falsificadas, ou sem testemunhas, ou parcialmente ilegíveis, quase sempre declarando terem sido recebidos valores em dinheiro vivo. Estes documentos não têm valor nenhum quando a venda dos imóveis não foi autorizada pela Mesa e Junta, e menos ainda quando os imóveis já serviam de garantia de dívidas pré-existentes. A forma para a venda de um imóvel é a escritura pública, e jamais sem autorização formal". Segundo o jornal EXTRA, cabia a Raimundo Marcelo, braço direito do ex-provedor, intermediar a venda ilegal do imóvel, “arrecadando pessoalmente as importâncias em dinheiro e em cheques relativos à venda e as repassando” para Dahas Zarur.


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