Quatro escolas de samba abrem, hoje, desfiles do Grupo Especial do Rio
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Quatro escolas de samba inauguram neste domingo (2) os desfiles do Grupo Especial do carnaval carioca, na Marquês de Sapucaí, o Sambódromo. Neste ano, pela primeira vez na história da Passarela do Samba, as apresentações das 12 agremiações da elite serão divididas em três dias (domingo, segunda e terça-feira), porque - desde sua inauguração, em 1984 - os desfiles eram feitos em duas noites (domingo e segunda-feira).
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Quem abre o Grupo Especial neste novo formato é a Unidos de Padre Miguel, escola do bairro da zona oeste do Rio que retorna à elite do samba depois de 53 anos, uma vez que sua última participação na primeira divisão (quando ainda se chamava Grupo 1) foi em 1972.
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A escola seguinte a entrar na Passarela do Samba é a Imperatriz Leopoldinense, de Ramos, na zona norte da cidade, que tem nove títulos do grupo de elite, sendo o último em 2023.
O enredo da escola de cores verde, branco e dourado (Ómi Tútu ao Olúfon - Água fresca para o senhor de Ifón) trata da cerimônia das águas de Oxalá, baseada em uma mitológica viagem do orixá, rei de Ifón, ao reino do amigo Xangô, durante a qual sofreu por ações vingativas cometidas por Exu.
Viradouro
Entrando na Sapucaí na madrugada de segunda-feira (3), a atual campeã, Unidos do Viradouro, escola vermelha e branca de Niterói, no Grande Rio, buscará seu quarto título com o enredo Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos.
O enredo homenageia o líder quilombola do Catucá, em Pernambuco, João Batista, conhecido como Malunguinho, perseguido e morto por autoridades imperiais, em 1835. Na religião Jurema, Malunguinho, evocado no início das cerimônias, é a única entidade que pode ser chamada de Mestre, Caboclo e Exu.
Encerrando a primeira noite de desfiles, a Estação Primeira de Mangueira - a verde e rosa do morro da Mangueira -, na zona norte do Rio, dona de 20 títulos, quer levantar a taça novamente, depois de seis anos.
O enredo À Flor da Terra - No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões fala da persistência, no Rio de Janeiro, da cultura bantu, comum a diversos povos da África subsaariana, como habitantes do Congo, Angola e Moçambique. A ideia do enredo é exaltar essa cultura, que costuma ser relegada, apesar de grande parte dos escravos que aportaram no Brasil serem bantus.
Os desfiles seguem na noite de segunda-feira (com Unidos da Tijuca, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel) e se encerram na noite de terça-feira (com Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela).
Avaliação
Cada escola terá de 70 a 80 minutos para concluir seu desfile e será avaliada em nove quesitos: bateria; samba-enredo; harmonia; evolução; enredo; alegorias e adereços; fantasias; comissão de frente; e mestre-sala e porta-bandeira.
Serão quatro julgadores para cada quesito, que ficarão espalhados em quatro cabines de julgamento, ao longo da Marquês de Sapucaí. Eles poderão conceder notas de 9 a 10, sendo permitidas notas com fracos decimais (como 9,7 ou 9,4, por exemplo).
A menor entre as quatro notas é descartada da nota final. A abertura dos envelopes com as notas concedidas por cada julgador será feita na tarde de quarta-feira (5).
A campeã e as outras seis mais bem colocadas se apresentam novamente no Sambódromo, no desfile das campeãs, na noite de sábado (8). A última colocada é rebaixada para o grupo de acesso (Série Ouro), em 2026.
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